Você acha a grande GOIÂNIA violenta?

sábado, 10 de maio de 2008

ALUNA AGRIDE PROFESSORA EM SALA DE AULA!


Agressão - Frente do Colégio Estadual São Cristovão, onde aluna enfrentou professora: centro de ensino não tem relatos de cenas de violência envolvendo estudantes e direção
Matheus Álvares Ribeiro, Da Editoria de Cidades
Uma professora da rede estadual de ensino foi agredida na última quarta-feira por uma aluna após tê-la repreendido. O caso foi encaminhado à Delegacia de Atos Infracionais (Depai), onde a menor J., 17, prestou esclarecimentos e foi liberada. Ela responderá por lesão corporal dolosa e a pena aplicada ficará a cargo do juiz (embora seja, geralmente, prestação de serviço comunitário, no caso de lesões leves). A professora não quis dar entrevistas nem comentar o caso.Segundo a direção do Colégio Estadual São Cristovão, o caso aconteceu logo após o horário de intervalo, quando J. contrariou as normas da instituição e tentou entrar na sala após o horário de aula e a professora a repreendeu. A menor então começou a agredi-la verbalmente e fisicamente. Funcionários e professores intervieram e impediram que a agressão atingisse níveis mais graves. A aluna teria ainda ameaçado a professora.Esta foi a primeira vez que um caso como este acontece na escola. Segundo o colégio, J. tinha problemas de indisciplina, mas nada que se comparasse ao que foi registrado. Ela seria uma ex-moradora de rua e vivia em um abrigo de freiras, que a teriam matriculado na instituição. Após o incidente, suas responsáveis decidiram retirá-la da escola. Até ontem a professora não havia comparecido ao trabalho com medo de que a ameaça da aluna fosse cumprida. Ela não quis se identificar, nem dar entrevistas sobre o caso.Segundo a Secretaria Estadual de Educação (SEE), esta é a primeira vez, desde 2006, que um incidente deste tipo é registrado em Goiânia. Para a secretaria, discussões entre professores e alunos são comuns, mas casos em que o aluno parte para a agressão física são isolados e raros. A secretaria também afirmou que entende o caso em decorrência da história de vida da agressora e que esta seria uma situação atípica na rede estadual de Educação.Um levantamento do Ministério Público Estadual (MP-GO) constatou que, em 2007, cerca de 520 denúncias foram encaminhadas ao órgão. Acredita-se que este número pode ser ainda maior, já que nem todos os casos são registrados e nem sempre chegam ao MP. Para tentar combater o aumento do número de casos, o MP encaminhou em abril deste ano um documento com medidas que devem ser adotadas pelas escolas diante de práticas de violência cometidas por alunos. A recomendação é que cada escola elabore regras que dêem suporte para solucionar o problema. A intenção é estabelecer um regime que discipline os alunos. A partir da publicação do documento, o MP realizou reuniões com representantes de escolas municipais e estaduais para explicar as recomendações no texto.

E SE FOSSE SEU FILHO (A) ? E ALGUÉM LHE DESSE UMA DESCULPA DESSA, O QUE DIRIA ?











Edição: 626 Data:08/05/2008 hoje notícias

Sindicância da sms descarta erro médico
Bru­na Mas­trel­la e Gus­ta­vo Pon­cia­no

Re­sul­ta­do de au­di­to­ria da Se­cre­ta­ria Mu­ni­ci­pal de Sa­ú­de (SMS) di­vul­ga­do on­tem pe­lo se­cre­tá­rio de Sa­ú­de, Pau­lo Ras­si, em seu ga­bi­ne­te, afir­ma que não hou­ve er­ro mé­di­co du­ran­te aten­di­men­to pres­ta­do à me­ni­na Ma­ri­a­na Al­ves Ro­dri­gues, 7, na re­de mu­ni­ci­pal de sa­ú­de. A cri­an­ça te­ve o bra­ço di­rei­to am­pu­ta­do, no dia 28 de abril, após uma que­da e ter o mem­bro en­ges­sa­do no Cen­tro de Re­fe­rên­cia em Or­to­pe­dia e Fi­si­o­te­ra­pia (Crof), cin­co di­as an­tes da am­pu­ta­ção.De acor­do com Ras­si, os pro­ce­di­men­tos re­a­li­za­dos no Crof, que é da re­de mu­ni­ci­pal de sa­ú­de, fo­ram cor­re­tos e que a am­pu­ta­ção do bra­ço da cri­an­ça foi “um in­for­tú­nio da pró­pria pa­to­lo­gia”, se­gun­do ele, já re­gis­tra­do na li­te­ra­tu­ra mé­di­ca. O se­cre­tá­rio dis­se que o pró­prio ede­ma (in­cha­ço) do fe­ri­men­to cau­sou a com­pres­são dos va­sos e te­ci­dos que acar­re­ta­ram a ne­cro­se que obri­gou a re­ti­ra­da do mem­bro.Ao ser ques­ti­o­na­do pe­la re­por­ta­gem se os dois di­as em que Ma­ri­a­na pas­sou com o ges­so no bra­ço con­tri­bu­í­ram pa­ra a com­pres­são, o se­cre­tá­rio mu­ni­ci­pal de Sa­ú­de se res­trin­giu a di­zer que o aten­di­men­to do Crof foi nor­mal e que os pro­ce­di­men­tos se­gui­ram os pa­drões in­ter­na­cio­nais pa­ra tra­ta­men­to de fra­tu­ra su­pra­con­di­li­a­na. Ras­si dis­se que o ges­so foi apli­ca­do pa­ra evi­tar des­vio da fra­tu­ra e uma fu­tu­ra in­ter­ven­ção ci­rúr­gi­ca pa­ra cor­re­ção.INA­DE­QUA­DOMé­di­cos es­pe­cia­lis­tas em or­to­pe­dia con­sul­ta­dos pe­la re­por­ta­gem, que pre­fe­ri­ram não se iden­ti­fi­car, dis­cor­dam do pri­mei­ro pro­ce­di­men­to fei­to em Ma­ri­a­na no Crof. Eles acre­di­tam que o en­ges­sa­men­to do bra­ço não é o re­cur­so mais ade­qua­do pa­ra tra­tar um co­to­ve­lo trin­ca­do, mas sim a co­lo­ca­ção de uma ta­la, que evi­ta com­pres­são de ner­vos em ca­so de in­cha­ço. Tal pro­ce­di­men­to só foi fei­to quan­do os pa­is da cri­an­ça a le­va­ram pe­la se­gun­da vez ao cen­tro de re­fe­rên­cia, dois di­as de­pois da apli­ca­ção do ges­so.O se­cre­tá­rio tam­bém diz que a au­di­to­ria cons­ta­tou que a me­ni­na es­ta­va com tem­pe­ra­tu­ra al­ta, 39,7°, o que su­ge­re a pos­si­bi­li­da­de de a cri­an­ça já es­tar com al­gum fo­co de in­fec­ção que te­ria con­tri­bu­í­do pa­ra a com­pli­ca­ção do qua­dro da cri­an­ça. Ras­si dis­se que não ha­via ne­cro­se no bra­ço de Ma­ri­a­na em ne­nhu­ma das duas opor­tu­ni­da­des em que ela pas­sou pe­lo Crof.Fo­ram res­pon­sá­veis pe­la au­di­to­ria, ini­ci­a­da na sex­ta-fei­ra, um mé­di­co, uma en­fer­mei­ra e uma as­sis­ten­te so­ci­al. O se­cre­tá­rio dis­se que a in­ves­ti­ga­ção so­bre o ca­so fi­cou res­tri­ta aos pron­tu­á­rios de aten­di­men­to de Ma­ri­a­na no Crof e à en­tre­vis­ta com a fa­mí­lia da me­ni­na. Ras­si afir­mou que en­ca­mi­nha­rá re­la­tó­rio da au­di­to­ria e có­pia das de­cla­ra­ções dos pa­is da pa­ci­en­te ao Con­se­lho Re­gi­o­nal de Me­di­ci­na (CRM), que tam­bém in­ves­ti­ga o ca­so.Família se diz surpresa com conclusãoA con­clu­são da au­di­to­ria da SMS foi re­ce­bi­da com sur­pre­sa pe­la fa­mí­lia de Ma­ri­a­na. O pai da me­ni­na, o au­tô­no­mo Ales­san­dro Al­ves Ba­hia, 29, de­mons­tra in­con­for­mis­mo com o fa­to de que uma que­da, con­si­de­ra­da sim­ples, te­nha oca­si­o­na­do uma in­fec­ção tão vi­o­len­ta a pon­to de for­çar a am­pu­ta­ção do bra­ço da fi­lha.Em­bo­ra pre­fi­ram não fa­zer jul­ga­men­tos, os pa­is de Ma­ri­a­na não des­car­tam ne­gli­gên­cia nos pri­mei­ros aten­di­men­tos pres­ta­dos. Pa­ra eles, ela já apre­sen­ta­va sin­to­mas de um qua­dro mais gra­ve do que se su­pu­nha. “O bra­ço de­la es­ta­va in­cha­do de­mais, tan­to que ela não pa­ra­va de cho­rar de dor”, lem­bra a cos­tu­rei­ra Flá­via Ro­dri­gues Oli­vei­ra, 31, mãe da cri­an­ça.O di­re­tor-ge­ral do Hu­go, Lu­ci­a­no Le­ão, in­for­mou que a uni­da­de não emi­ti­rá opi­ni­ão so­bre os aten­di­men­tos ini­ci­ais pres­ta­dos à cri­an­ça. A opi­ni­ão é com­par­ti­lha­da pe­lo pre­si­den­te da As­so­cia­ção dos Hos­pi­tais de Goi­ás (Aheg), o or­to­pe­dis­ta Rob­son Aze­ve­do. Pa­ra ele, ain­da é ce­do pa­ra opi­nar so­bre o ca­so, pois so­men­te lau­dos mais apro­fun­da­dos po­de­rão de­ter­mi­nar a cau­sa da in­fec­ção ge­ne­ra­li­za­da (sep­ti­ce­mia).Além da au­di­to­ria da SMS, o ca­so es­tá sen­do ana­li­sa­do pe­lo Con­se­lho Re­gi­o­nal de Me­di­ci­na do Es­ta­do de Go­i­ás (CRM), que ins­tau­rou uma sin­di­cân­cia que de­ve ser con­cluí­da da­qui há 30 di­as. In­qué­ri­tos tam­bém fo­ram ins­tau­ra­dos tan­to pe­lo 5º Dis­tri­to Po­li­ci­al de Go­i­â­nia co­mo pe­la De­le­ga­cia Es­ta­du­al de Pro­te­ção à Cri­an­ça e ao Ado­les­cen­te (DPCA). A ti­tu­lar, Adri­a­na Ac­cor­si, acre­di­ta que os pro­ce­di­men­tos de­ve­rão ser uni­fi­ca­dos e adi­an­ta que os pri­mei­ros de­poi­men­tos es­tão mar­ca­dos pa­ra a pró­xi­ma ter­ça-fei­ra.Su­pe­ra­çãoMes­mo sem to­car no as­sun­to, Flá­via con­ta que a fi­lha já de­mons­tra con­sci­ên­cia so­bre a au­sên­cia do bra­ço. “Per­gun­tei se ela sa­bia o que ti­nha acon­te­ci­do [am­pu­ta­ção] e ela dis­se que sim, mas que não que­ria fa­lar so­bre is­so”, re­ve­la. Ape­sar do trau­ma, ela con­ta que a fi­lha tem de­mons­tra­do boa su­pe­ra­ção. Emo­cio­na­da, diz que se sur­pre­en­deu ao fla­grá-la, on­tem, di­ver­tin­do-se ao co­lo­rir gra­vu­ras com a mão es­quer­da. “Acre­di­to que ela vai su­pe­rar tu­do is­so mais rá­pi­do e me­lhor que eu”, la­men­ta. Bas­tan­te vai­do­sa, Ma­ri­a­na não es­que­ce de pas­sar ba­tom e do cre­me hi­dra­tan­te. Tam­bém não pas­sa um dia sem per­gun­tar quan­do dei­xa­rá o hos­pi­tal pa­ra ir à es­co­la, em Trin­da­de, on­de cur­sa a 3ª sé­rie do en­si­no fun­da­men­tal.Além de psi­có­lo­gos, uma equi­pe mul­ti­dis­ci­pli­nar for­ma­da por dez pro­fis­si­o­nais pres­ta aten­di­men­to cons­tan­te à cri­an­ça. Ape­sar de es­tar con­sci­en­te, se ali­men­tar e não apre­sen­tar mais fe­bre, Ma­ri­a­na ain­da es­tá na Uni­da­de de Te­ra­pia In­ten­si­va. Mes­mo ten­do apre­sen­ta­do uma me­lho­ra ex­pres­si­va, seu es­ta­do de sa­ú­de ain­da é con­si­de­ra­do gra­ve, pois apre­sen­ta res­quí­cios da in­fec­ção. Tam­bém foi de­tec­ta­da uma re­ten­ção de lí­qui­do pe­lo fa­to de ela não po­der se mo­vi­men­tar. Até on­tem não ha­via pre­vi­são de al­ta.