Você acha a grande GOIÂNIA violenta?

sexta-feira, 6 de junho de 2008

CINCO CRIANÇAS MORREM AFOGADAS!


Trabalho - Retirada dos corpos não foi difícil devido à transparência das águas do córrego. Falta de correnteza facilitou encontro das cinco vítimas da fatalidade ocorrida em Goiânia
Cristiane Lima, Da editoria de Cidades


O que começou como uma brincadeira terminou em tragédia. Os cinco amigos João Marcos de Sousa Pacheco, 12, os irmãos Douglas Gonçalves Pereira Rosa, 10, Thiago Gonçalves Pereira Rosa, 8, e os também irmãos Matheus Araújo Aguiar, 8, e Lucas Araújo Aguiar, 6, saíram para se divertir num banho no Córrego Cascavel na manhã de ontem e todos se afogaram. A menor Sabrina da Silva, 9, disse que viu quando os meninos desceram o barranco para chegar no córrego. “


Era de manhã, por volta das 10 ou 11 horas, e eu ainda gritei para eles não irem, porque lá é sujo e perigoso. Eles só olharam para mim e continuaram a descer.”Mesmo sem o consentimento dos pais, os meninos eram acostumados a irem se refrescar no local, que já foi palco de outras tragédias. A última ocorreu há seis meses, quando o adolescente Dimas Dias dos Santos, 15, desapareceu nas águas do córrego enquanto tomava banho sob a ponte que divide os setores São José e Campinas. A equipe de resgate demorou dois dias para encontrar o corpo, que estava preso a entulhos no fundo do rio e por causa da chuva que caíra no dia anterior e tornara a água escura e revolta. A tragédia deste domingo também ocorreu no Setor São José, a alguns metros deste último acidente fatal.


Só que, desta vez, não havia correnteza e a água estava mais clara. Não havia testemunhas no local. A polícia e os Bombeiros foram acionados por volta das 12h45 por pessoas que passavam e viram dois corpos de crianças boiando. Os outros três foram encontrados mais adiante do local de resgate dos dois primeiros. Populares, no entanto, sugeriam hipóteses como a de que um deles se afogava e os outros tentaram ajudá-lo. Outro palpite das pessoas que estavam ali era de que eles poderiam não saber a profundidade do córrego e, ao pularem, não conseguiram se sustentar.


Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o lugar do acidente tem três metros de profundidade.Moradores do Bairro São José, os amigos compartilhavam um sonho: o de serem jogadores de futebol. Para tanto, faziam aulas numa escolinha da região. João Marcos de Sousa Pacheco, o mais velho de todos, com 12 anos, morava no local desde que nasceu. Cursava o 7° ano e só pensava em ser jogador profissional. O primo Victor Hugo de Sousa Utida foi à casa da família confortar os parentes e contou que João Marcos nunca fez aulas de natação, mas sabia nadar.


A mãe do garoto, Lucilene de Sousa Pacheco, estava transtornada e não conseguia sequer ficar de pé. Aos prantos, permaneceu por horas abraçada à outra filha, de 20 anos. “Está doendo muito. Era meu menino. Como vou fazer agora?” O pai do menino, João Marcos Ferreira Pacheco, foi ao local da tragédia acompanhar o resgate dos corpos. Ele diz que soube do acidente e correu para o local. “Me disseram que o João Marcos também estava no meio, mas meu coração não queria acreditar.” Quando chegou ao lugar, viu que quatro dos cinco garotos já haviam sido retirados da água. “Olhei, e dei graças a Deus que meu menino não estava ali. Mas nem bem eu respirei aliviado, os bombeiros avisaram que tinham encontrado outro corpo. Perdi o chão porque sabia que era meu menino”, disse, entre lágrimas.Até o fechamento da edição, os corpos de duas crianças não haviam sido liberados, devido à falta de registro de nascimento.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

GOIÁS É O 3 MAIS VIOLENTO! POR HOMICÍDIOS E MORTES NO TRÂNSITO!


No indicador homicídios, a Capital registrou, em 2004, 283 crimes. No ano seguinte, 305 ocorrências foram computadas pela Delegacia de Investigações de Homicídios (Deih). Até agora, já foram registrados 189 homicídios.
Mas o delegado-titular da Deih, Jorge Moreira, diz que não houve crescimento do número de homicídios no Estado, como aponta o IBGE.
Em relação a Goiás, não foi apontado o indicador para lixo radiativo. Mas outros temas foram contemplados, como números de focos de calor, em que o Estado ocupa a 13ª posição nacional, e o valor das exportações e importações.
Moradora de Iporá (216 km da Capital), Maria Dalva Alves de Souza lamenta a perda de cinco parentes em um único acidente de trânsito, no último dia 31, entre Claudinápolis e Santa Bárbara de Goiás (foto). “A família está consternada com a violência do acidente”, afirmou, sem saber ao certo a quem responsabilizar pela morte dos parentes. Uma carreta bateu de frente ao veículo em que eles estavam.
Moacir Cunha Neto, DM

O mapa da violência em Goiás alarga as fronteiras. O Estado ocupa o terceiro lugar nacional, quando comparados os números de mortes no trânsito, alcançando 30,1 mortes por 100 mil habitantes, em relação às duas regiões que apresentaram índices também elevados – Santa Catarina (32,3) e Paraná (31).


No indicador de homicídios, o número foi de 27,6, com base em dados de 2004, ficando um pouco acima do País, que teve 26,9 mortes por 100 mil habitantes. Os números compõem a 3ª edição dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável de 2008 (IDS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A região Sudeste foi a que apresentou a taxa mais elevada, com indicativo de acréscimo, quando comparados os números de mortes violentas por homicídio no País, ficando em 32,3 mortes por 100 mil habitantes, enquanto a média nacional ficou em 26,9 por 100 mil. Em relação a acidentes de trânsito, também com base em dados de 2004, os homens foram as principais vítimas, com 32,6 mortes, contra 7,2 a cada grupo de 100 mil mulheres.


O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) computa, desde 2004, 5.553 mortes no trânsito em todo o Estado. Por outro lado, a estatística de acidentes revela cenário nada animador. No mesmo período, foram registrados 4.823 acidentes de trânsito. “Não acredito que a pesquisa (do IBGE) esteja correta. Ocorre, quase sempre, diferença na coleta dos dados para as estatísticas”, ressalta o diretor-técnico do Detran-GO, Horácio Mello Cunha Santos. Para ele, quando são coletados dados em vários órgãos responsáveis pelos números, a tendêndcia é que haja aumento. Para haver maior confiabilidade, ele diz que é necessário, quando se trata de acidentes de trânsito, unificar o método adotado pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). “Isso ainda não acontece, apesar de já termos sugerido a unificação”, lembra. O estudo mostra que o Brasil avançou em áreas como a economia, mas, nas questões sociais, há restrições, como a violência nas áreas urbanas, que ainda preocupa especialistas.


O levantamento que subsidiou o estudo do IBGE tem por base o cruzamento de dados de 60 pesquisas feitas entre 2002 e 2004. Contibuíram com os dados a Secretaria de Vigilância em Saúde, o Ministério da Saúde (MS), Divisão de Análise em Situação de Saúde e o Sistema de Informação sobre Mortalidade. Foram analisados 23 indicadores, divididos segundo os temas atmosfera, terra, água doce, oceanos, mares e áreas costeiras, além de biodiversidade e saneamento.